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Concerto de Câmara - Erudito


Divertimento em Re maior, K 136

I - Alegro

II - Andante

III - Presto

Wolfgang Amadeus Mozart

Grosse Fugue

Ludwig van Beethoven

Dança Hungara No 5

Johannes Brahms

Intervalo

Quadros de uma Exibição

1 - Promenade – Introdução – Allegro giusto, nel modo russico, senza allegrezza, ma poco sostenuto.

2 - Gnomo – Sempre Vivo.

3 - Promenade – Moderato comodo assai e con delicatezza.

4 - O Castelo Medieval – Andante molto cantabile e con dolore.

5 - Promenade – Moderato non tanto, pesante.

6 - Tulherias – Allegretto non troppo, cappricioso.

7 - Carro de Bois – Sempre moderato, pensante.

8 - Promenade – Tranquillo.

9 - Balé dos Pintinhos em suas Cascas de Ovos – Schernizo

  1. - Dois Judeus, um rico e o outro pobre – Andante grave, energico.

11 - Promenade – Allegro giusto, nel modo russico, poco sostenuto.

12 - O Mercado em Limoges - Allegretto vivo, sempre scherzando.

13 - Catacumbas, Sepulcro Romano – Largo.

14 - Com os Mortos em Língua Morta - Andante non troppo, com lamento.

15 - A Cabana de Baba-Yaga sobre Patas de Galinha – Allegro com brio, feroce. Andante mosso. Allegro molto.

16 - A Grande Porta de Kiev – Allegro alla breve. Maestoso. Con grandezza.

Modest Petrovich Mussorgsky

A Camerata Florianopolis, sob regência do maestro Jeferson Della Rocca, realizará no dia 7 de novembro, 21h, no teatro Ademir Rosa (CIC), um concerto de musica clássica para orquestra de cordas, com obras deste gênero (ou transcrições) de Mozart, Beethoven, Brahms, Monti e Mussorgsky.

O evento conta com o apoio da WOA Empreendimentos Imobiliários, Intelbras, Lei Rouanet / Ministério da Cultura e Fundação Catarinense de Cultura.

Destacam-se no programa a Grosse Fugue, de Beethoven, de grande dificuldade técnica e musical, que será executada pela primeira vez no Estado e a execução da versão para cordas dos “Quadros de uma Exibição”, de Mussorgsky, um dos grandes patrimônios da musica erudita do final do século XIX.

Sobre as Obras:

Quando Wolfgang Amadeus Mozart começou a compor o Divertimento em Ré maior K.136 , tinha apenas dezesseis anos, mas já era um compositor experiente. Em dez anos, ele havia assinado mais de uma centena de obras, incluindo cerca de trinta sinfonias, cinco óperas, diversas sonatas, dez concertos para piano e inúmeras peças vocais sacras e profanas. Quando retornou a Salzburgo, sua cidade natal, onde voltou a trabalhar para o príncipe Arcebispo Colloredo, após anos de vida “nômade”. Durante uma turnê de quatro anos com o pai e a irmã Nannerl, Mozart realizou inúmeros concertos por toda a Europa. Mozart impressionou por seu virtuosismo e improvisações no cravo, violino e órgão, mas também conheceu famosos músicos de seu tempo, mergulhando em diferentes tradições musicais e descobre as últimas "novidades", incluindo a ópera italiana.

A Grosse Fuge (Grande Fuga), Op. 133, é uma composição de movimento único para quarteto de cordas, com transcrição para orquestra de cordas, de Ludwig van Beethoven . Esta enormefuga dupla , foi fortemente condenada por críticos da época. Um crítico escrevendo para Allgemeine musikalische Zeitung em 1826 descreveu a fuga como "incompreensível, como chinês" e "uma confusão de Babel”. No entanto, a opinião crítica sobre este trabalho aumentou de forma constante desde o início do século XX. Mas agora é considerado entre as maiores realizações de Beethoven. Igor Stravinsky declarou: "[é] uma música absolutamente contemporânea que será contemporânea para sempre”.

A Große Fuge originalmente serviu como o movimento final de seu Quarteto No. 13 em B ♭ major (Op. 130), escrito em 1825. Mas o editor de Beethoven, preocupado com as perspectivas comerciais da peça, pediu a Beethoven que substituísse a fuga por um novo final, já que a mesma era demasiadamente complexa por seus aspectos tecnicos e musicais. Beethoven concordou, e a Grosse Fuge foi publicada separadamente em 1827 como Op. 133. A obra foi composta quando Beethoven ficou quase completamente surdo.

O alemão Johannes Brahms (1833 – 1897) e seus contemporâneos vienenses apreciavam muitíssimo a música cigana. Na Viena da metade do século XIX, proliferavam conjuntos ciganos itinerantes fixando residência nas praças e tavernas de Viena, tocando sua música melancólica, porém soberbamente espirituosa. Brahms, um grande admirador da música húngara, teve um de seus primeiros contatos com esse tipo de música ainda jovem, aos 19 anos, quando acompanhou ao piano o violinista húngaro Ede Reményi numa tournê. Vê-se diretamente tal influência nas Danças Húngaras. Elas formam um conjunto de 21 Danças, originalmente para piano a quatro mãos, com a maioria de seus temas musicais baseados em canções ciganas da época. A Dança Húngara nº5, na versão orquestral em sol menor, sem dúvida é a mais popular de todo o conjunto das danças. É baseada numa melodia de violino, ardente, melancólica, porém ao mesmo tempo jocosa, refletindo o caráter cigano da obra.

Quadros de uma exposição é uma suite para piano, composta por Modest Petrovich Mussorgsky (1839-1881), um dos grandes gênios do nacionalismo musical russo, em Junho de 1874. Ao visitar uma exposição póstuma de seu grande amigo, o pintor e arquiteto Viktor Hartmann, falecido em 1873, Mussorgsky resolveu prestar uma homenagem ao artista e escolheu dez das telas expostas numa galeria em São Petersburgo como inspiração. Compôs uma música para cada um dos quadros, interligando por meio de um tema central e quatro intermezzi(variações sobre a mesma melodia) aos quais deu o nome de Promenade: “passeio”, que representa o trajeto dos visitantes pela mostra.

Quadros de uma exposição descreve, em metáforas, através das notas do piano um passeio pela exposição de quadros, tendo os temas como guia.

A obra, explora a corrente folclórica russa e o estilo de piano é inovador. Composta numa época em que o piano era explorado como instrumento virtuosístico, permaneceu praticamente ignorada por vários anos. Mais tarde alguns compositores, nomeadamente Claude Debussy (admirador confesso de Mussorgsky) dedicou-se ao estudo desta suíte. Apresenta um carácter singular, sendo uma das mais originais criações que o romantismo deu a este instrumento.

Juntamente com Debussy, em muito contribuiu para a consagração da obra e popularidade póstuma de Mussorgsky, o apoio de outro russo, o maestro Sergei Koussevitzky. Koussevitzky, encomendou ao francês Maurice Ravel uma nova orquestração para a obra, que em 1922 faz uma transposição exata do espírito da obra, com total fidelidade à partitura original, aliando à profundidade criadora de Mussorgsky a genialidade orquestradora, sobejamente reconhecida, de Maurice Ravel.

A obra estrutura-se da seguinte forma:

Uma breve melodia – Promenade – serve de introdução e intermezzi para os quadros. Com sua estrutura pentatônica e arcaica alternância rítmica, constitui um autorretrato sonoro do compositor, como se ele próprio abrisse a Exposição e conduzisse o ouvinte de uma aquarela para outra.

O primeiro quadro, Gnomo, representa um velho anão corcunda e desajeitado, marchando sobre pernas deformadas. Mussorgsky ilustrou-o por meio de saltos intervalares abruptos e rápidas mudanças de acento e dinâmica.

No segundo quadro, O velho castelo, sobre um ritmo monótono e persistente, ouve-se uma melodia de caráter eslavo, antiga balada entoada por algum trovador medieval.

Crianças brincam no parque parisiense das Tuileries. Mussorgsky explora as regiões agudas do teclado. Ravel dá às madeiras – principalmente flautas e clarinetes – a oportunidade de soarem leves e, ao mesmo tempo, incisivas.

Bydlo (Gado) apresenta uma velha carroça puxada por bois, usada nas fazendas polonesas. Suas rodas enormes rangem em marcação rítmica constante e pesada. Mussorgsky faz o veículo se arrastar até o ouvinte para depois desaparecer a distância, explorando os graves do piano.

A próxima ilustração de Hartmann apresenta um figurino para o Bailado dos pintinhos em suas cascas de ovos, do coreógrafo Marius Petipa.

Pouco antes de sua morte, Hartmann presenteara o amigo compositor com esboços a lápis retratando Dois judeus poloneses, um rico, outro pobre. Mussorgsky os emprestou para o organizador da exposição, que deu nomes fictícios aos personagens – Samuel Goldberg e Schmuyle. Mussorgsky montou esta seção trabalhando sonoramente a oposição das duas figuras arquetípicas. Dois elementos básicos – contrastantes e divergentes – são apresentados sucessivamente e, depois, colocados em justaposição. Melismas evocam os tradicionais cantos judaicos.

O compositor francês elimina aqui o retorno do tema Promenade, conduzindo o ouvinte diretamente para O mercado de Limoges, aquarela em que vendedoras aparecem discutindo furiosamente com os fregueses.

O catálogo original da exposição assim descreve o próximo quadro: “no interior das Catacumbas, à luz de uma lanterna, aparecem retratados o próprio Hartmann, um amigo e um guia”. Acordes estáticos e repletos de dissonâncias expressivas mantêm tenso o clima de mistério. Outra seção, Com os mortos numa língua morta, introduzida quase sem pausa, apresenta a melodia da Promenade transfigurada em triste lamento sobre trêmulos de oitavas.

No desenho A cabana de Baba-Yaga sobre pés de galinha, Hartmann evoca a magia do folclore russo. Baba-Yaga é a feiticeira que habita um excêntrico relógio em forma de cabana, construído segundo antigos modelos orientais e pousado sobre pés de galinha. Apesar da graciosa aparência de sua casa, a temível bruxa tem o hábito de triturar suas vítimas com um pilão.

Dentro do imponente estilo renascentista russo, Hartmann idealizara A grande porta de Kiev, comemorativa da libertação do czar Alexandre II das mãos de seus assassinos. Mussorgsky aproveitou-se da grandiosidade do projeto para transformar a melodia da Promenade em majestoso hino, construído com magnificência arquitetônica. Na abertura, um tema litúrgico apoia-se em maravilhoso efeito de sinos no registro grave do piano. O clamor da multidão avoluma-se pouco a pouco, até que a porta se fecha majestosamente, cortando o tumulto e isolando os inimigos.

ALGUNS QUADROS

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